Apesar de não termos uma definição universalmente aceite para biodiversidade, o que acaba também por ser um problema para a definição do seu valor “biodiversity itself is not uniquely defined by conservation biologists” Christie et al. (2006).
A partir da leitura dos documentos, constatamos que esta é entendida como um recurso que o Homem tem ao seu dispor e, tal como os outros, tem associado um valor que é atribuído em função da disponibilidade, da procura, entre outros aspectos.
Algumas questões surgem: Qual o valor a atribuir à biodiversidade? Que critérios utilizar para definir esse valor? Qual é a importância desse valor para uma dada comunidade?
O valor a atribuir à biodiversidade não é fácil de quantificar porque temos diferentes percepções sobre o tema, como mostra o artigo de Christie et al. (2006), seja por parte dos governos, da comunidade científica e das populações. Num aspecto parece haver acordo, na sua importância para gerar mais – valias, temos as definições de Pearce (2001) e da OCDE (2001) que aparecem referidas no artigo de Christie et al (2006) e que mostram essa importância.
Esta percepção é condicionada pelos conhecimentos sobre este tema, a pesquisa realizada por Christie et al (2006) revela que as populações têm consciência do valor/importância da preservação das espécies mas quando se fala em biodiversidade, são poucos os que conhecem o seu significado “ (…) 52% considered the protection of wildlife to be very important, even though they did not know what biodiversity itself meant.”
Então torna-se importante o esclarecimento dos conceitos fundamentais ligados às dinâmicas/componentes de um ecossistema para que a população consiga entender o que se pretende atingir com a implementação de determinadas medidas; outro aspecto que considero importante é saber o que as populações estão dispostas a pagar para preservar uma determinada espécie, essa predisposição é afectada por factores como a importância que localmente lhe é atribuída, se essa espécie é “bonita/engraçada”, se é uma espécie rara ou uma espécie que é conhecida pela maior parte da comunidade porque como é afirmado “the ecosystems services that had direct impacts on humans were found to be positively and significantly valued. “ Christie et al. (2006).
Parece-me que os critérios a utilizar para definir o valor da biodiversidade têm de passar pela consideração de aspectos que estão ligados com o conhecimento da situação de um ecossistema ao nível dos seus elementos constituintes, das relações que estabelecem entre si e das repercussões que essas têm para o conjunto mas também pela consideração da visão que uma determinada comunidade humana tem sobre o meio que a rodeia. Basta lembrar os casos da construção de grandes infra-estruturas de engenharia (pontes, viadutos e barragens) em que muitas vezes apesar dos Ecologistas/Biólogos alertarem para a perda de biodiversidade, não conseguem explicar com clareza para o público, o porquê da necessidade da preservação dessa espécie, o que acaba de gerar tensões.
É referido no Millennium Assessement (2005) que a perda da biodiversidade vai contribuir para o surgimento/agravamento de problemas como a insegurança alimentar, a vulnerabilidade das populações face a catástrofes naturais, o acesso à saúde, à energia, à água potável, à perda de laços sociais e à perda da liberdade de escolha/decisão.
Contudo os reflexos dessas perdas não são os mesmos para todos, para uns significam a perda da única fonte de sustento, o ruir da economia local, o aumento da situação de pobreza visto que não possuem/contemplaram outras alternativas; para outros o seu bem-estar e a sua qualidade de vida não sofreram alterações, como é o caso dos países desenvolvidos.
No caso dos países desenvolvidos e também de alguns países em desenvolvimento, onde as pessoas e as suas actividades dependem da exploração de recursos naturais que se encontram sobreexplorados, têm-se implantado medidas para recuperar essas espécies (limitar capturas, épocas de defeso, proibição total) e têm-se incentivado a procura de actividades alternativas que sejam capazes de dar resposta às necessidades dessas populações, por exemplo a aposta no Ecoturismo, que é um sector em franco crescimento e que pode constituir outra forma de valorizar e incentivar a preservação da biodiversidade e ao mesmo tempo de gerar riqueza.
A partir da leitura dos documentos, constatamos que esta é entendida como um recurso que o Homem tem ao seu dispor e, tal como os outros, tem associado um valor que é atribuído em função da disponibilidade, da procura, entre outros aspectos.
Algumas questões surgem: Qual o valor a atribuir à biodiversidade? Que critérios utilizar para definir esse valor? Qual é a importância desse valor para uma dada comunidade?
O valor a atribuir à biodiversidade não é fácil de quantificar porque temos diferentes percepções sobre o tema, como mostra o artigo de Christie et al. (2006), seja por parte dos governos, da comunidade científica e das populações. Num aspecto parece haver acordo, na sua importância para gerar mais – valias, temos as definições de Pearce (2001) e da OCDE (2001) que aparecem referidas no artigo de Christie et al (2006) e que mostram essa importância.
Esta percepção é condicionada pelos conhecimentos sobre este tema, a pesquisa realizada por Christie et al (2006) revela que as populações têm consciência do valor/importância da preservação das espécies mas quando se fala em biodiversidade, são poucos os que conhecem o seu significado “ (…) 52% considered the protection of wildlife to be very important, even though they did not know what biodiversity itself meant.”
Então torna-se importante o esclarecimento dos conceitos fundamentais ligados às dinâmicas/componentes de um ecossistema para que a população consiga entender o que se pretende atingir com a implementação de determinadas medidas; outro aspecto que considero importante é saber o que as populações estão dispostas a pagar para preservar uma determinada espécie, essa predisposição é afectada por factores como a importância que localmente lhe é atribuída, se essa espécie é “bonita/engraçada”, se é uma espécie rara ou uma espécie que é conhecida pela maior parte da comunidade porque como é afirmado “the ecosystems services that had direct impacts on humans were found to be positively and significantly valued. “ Christie et al. (2006).
Parece-me que os critérios a utilizar para definir o valor da biodiversidade têm de passar pela consideração de aspectos que estão ligados com o conhecimento da situação de um ecossistema ao nível dos seus elementos constituintes, das relações que estabelecem entre si e das repercussões que essas têm para o conjunto mas também pela consideração da visão que uma determinada comunidade humana tem sobre o meio que a rodeia. Basta lembrar os casos da construção de grandes infra-estruturas de engenharia (pontes, viadutos e barragens) em que muitas vezes apesar dos Ecologistas/Biólogos alertarem para a perda de biodiversidade, não conseguem explicar com clareza para o público, o porquê da necessidade da preservação dessa espécie, o que acaba de gerar tensões.
É referido no Millennium Assessement (2005) que a perda da biodiversidade vai contribuir para o surgimento/agravamento de problemas como a insegurança alimentar, a vulnerabilidade das populações face a catástrofes naturais, o acesso à saúde, à energia, à água potável, à perda de laços sociais e à perda da liberdade de escolha/decisão.
Contudo os reflexos dessas perdas não são os mesmos para todos, para uns significam a perda da única fonte de sustento, o ruir da economia local, o aumento da situação de pobreza visto que não possuem/contemplaram outras alternativas; para outros o seu bem-estar e a sua qualidade de vida não sofreram alterações, como é o caso dos países desenvolvidos.
No caso dos países desenvolvidos e também de alguns países em desenvolvimento, onde as pessoas e as suas actividades dependem da exploração de recursos naturais que se encontram sobreexplorados, têm-se implantado medidas para recuperar essas espécies (limitar capturas, épocas de defeso, proibição total) e têm-se incentivado a procura de actividades alternativas que sejam capazes de dar resposta às necessidades dessas populações, por exemplo a aposta no Ecoturismo, que é um sector em franco crescimento e que pode constituir outra forma de valorizar e incentivar a preservação da biodiversidade e ao mesmo tempo de gerar riqueza.
Olá,
ResponderEliminaré verdade o que dizes relativamente às grandes infra-estruturas, mas por vezes a dificuldade não está só em explicar ao público o porquê da necessecidade de conservar a biodiversidade no local, mas sim de demonstrar que esse factor poderá ser mais importante que os benefícios que essa infra-estrutura trará à população. E são esses benefícios que descontrolam no momento de colocar os pesos na balança.
Sanfra
Relativamente ao último parágrafo, infelizmente a realidade que apresentas não é só a dos países em desenvolvimento.
ResponderEliminarO sector primário, vive num estado de ansiedade perante desafios modernos, que passam pela Globalização, pelo pulsar da Europa, pela criação de novos mercados e de novos circuitos de informação.
Face a cenários organizacionais cada vez mais mutantes, liberalizados e concorrenciais, o ambiente vive hoje num clima de pressões contingentes e aleatórias que obrigam a todos a maior reactividade, flexibilidade e rentabilidade. A agricultura e a pesca são hoje, actividades intensivas com efeitos nefastos para o ambiente.
Sem dúvida que a reorientação das actividades extractivas, é uma solução não só para o ambiente como uma forma de rendimento alternativo.
O turismo, a valorização das actividades extensivas e artesanais, a certificação de produtos tradicionais ou a etnografia podem constituir áreas de interesse.
Luis Rodrigues
Olá Vânia,
ResponderEliminarPois eu entendo que as pessoas normalmente considerem que a carga fiscal é pesada em Portugal. De resto todos sentimos o quanto nos custa pagar os impostos... Contudo, como contribuinte e até como funcionário da DGCI, entendo que Portugal é dos países europeus com a menor carga fiscal. A questão que me preocupa, e penso que a todos nós enquanto contribuintes, é saber como é gasto o nosso dinheiro. As opções que se tomam e as decisões sobre a aplicação dos montantes entrados nos cofres do Estado é que é vital e pode contribuir para essa tua posição. Veja-se o caso actualmente tão mediático e discutível sobre os investimentos no TGV e no novo aeroporto. Sem querer politizar estes temas, coloca-se em causa a pertinência e as consequências de tão avultados investimentos neste momento de crise da nossa economia, comprometendo seriamente as próximas gerações.
Quanto à questão em concreto da tributação sobre a fruição de melhores condições ambientais, que passam pela manutenção e recuperação de ecossistemas, creio que se devidamente explicado ao cidadão vulgar, este é capaz de entender e concordar com o pagamento de um suplemento nos impostos. Mesmo neste país em que os salários são em regra baixos, bem como o nível educacional da nossa população, comparativamente com os nossos concidadãos europeus, existe ainda assim uma consciência para as questões ambientais que se vai enraizando, o que facilita a participação e contribuição para a valorização dos recursos. Julgo que os cidadãos vão dando valor àquilo que já perderam e gostariam de reaver, e para tal desígnio parece que se aprestavam a colaborar numa campanha para esse fim. Se houver quem não queira, quer por motivos políticos, ideológiocs, económicos ou apenas por pretender fazer oposição de forma gratuita ou manter uma postura de diferença, devemos exercer uma atitude pedagógica, que com o tempo surte efeito. Digo-o por experiência própria, os bons hábitos adquirem-se com tenacidade e preserverança. E de resto um lobo não faz a alcateia............
Victor Claro